sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

As formas de se despedir.

A gota de sereno na calada da noite.
A madrugada rebuscada de mistérios
As gotas que fervilham algum escarlate.
Uma dor, um martírio.
Gotas de um pulsar.
Gotas que escorrem livremente sobre o rosto.
Ainda sinto o salgado gosto.
Gotas que cintilam o ar das manhãs.
A relva fresca de orvalho no freixo dos pólens.
Gota a gota em sua unidade à forma algum dilúvio
que invade cada terra ressequida como um espaço esquecido em mim.
Gotas de aguas que pingam como uma música de relógio
Cantando os minutos que nos transpassa.
Minutos esses que nos feriu cada gota sobre a testa.
Mas ainda sim, sentirei outra suave gota mais brilhante indo sem volta.
Partindo-me os contornos dos lábios e escoando a pele da alma.
Cada gota nos vai, e nunca nos damos conta delas.
Mas, jamais devemos saber o destino dessa ultima gota.




















Licença Creative Commons
A obra As formas de se despedir de Vinícius Luiz foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em www.peregrinoeopoema.blogspot.com.
Podem estar disponíveis permissões adicionais ao âmbito desta licença em http://www.peregrinoeopoema.blogspot.com/.

Um mundo nos olhos.

O poeta lê o mundo,
mas não conhece a fundo.
O que vê desconhece,
Leva consigo uma prece.

O poeta desperta a dor,
por ser tal criador
De seu próprio verbo.
Ele ama a dor.

O despertador toca.
Um momento passar.
Cri a dor.
Sem pressa já se é sonhador.

Dói a dor lendo-se nela.
Ler é escrever em outras mãos.
Além de uma razão, amador, sonha a dor o poeta.



Licença Creative Commons
A obra Um mundo nos olhos de Vinícius Luiz foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em www.peregrinoeopoema.blogspot.com.
Podem estar disponíveis permissões adicionais ao âmbito desta licença em http://www.peregrinoeopoema.blogspot.com/.