terça-feira, 12 de junho de 2012

Amor e seus outros saberes ou outros sabores?

Muito tem me intrigado, durante algumas semanas, esse assunto sobre o Amor. Algumas coincidências de livros comuns ao tema, aulas de literatura sobre Camões e o velho e tradicional estilo romantismo-E agora mais nitidamente o famoso dia dos namorados.

O que é o Amor? Seria equivalente a pergunta do o que é Deus, ninguém ao certo chegará perto dessa resposta, que acredito eu, nunca deveria ser respondida. Pois ao certo essa pergunta se mistura na nossa história da humanidade. Se ao nascermos, saímos do útero materno ao que poderíamos comparar com a figura do paraíso. Quente, confortável, protegido e sem consciência- já que o bebê está totalmente nú, ignorante e inocente. Pelo rosto do bebê, percebemos que é uma dor sair do ventre materno, pois naquele primeiro choro ele tem contato com o frio, o desconfortável, a eterna insegurança, a convenção social. Daí, o homem sempre será incompleto e ao perder essa figura materna irá procurar no Amor o preenchimento.

Antigamente, o homem das cavernas precisa se reproduzir. O sentimento era mais instintivo, talvez no sentido de direção à sobrevivência da espécie. Com o tempo, passou-se a existência de tribos e mitos. As coisas necessitavam serem explicadas, ao surgir a palavra, para o pensamento de Rousseau, o homem ganhou o atributo do sentimento ao lugar e ao próximo. Falando o homem necessitava explicar o que sentia e precisava organizar a sociedade. Então, o amor passou a ser código, era necessário o cortejo, os atributos nobres, as etiquetas. Durante o tempo, o mito das almas gêmeas ganhava mais espaço no pensamento dos homens, os Deuses zangados por inveja das relações dos homens resolveram dividi-los em duas partes espalhadas bem distantes uns dos outros. Ou então a divindade Amor com letra maiúscula para se referir a Eros, o Deus pagão, ou cupido, aquele anjinho que flechava os amantes. O mais comum a nossa sociedade e o sem duvida alguma, digo com total certeza, seria o amor platônico esse pilar dos nossos sentimentos sociais. Seria aquele sentimento forte intenso que o amador deposita no objeto amado, de forma que só será amor se ele não tocar ou não realizar esse sentimento. O sentimento só é puro e real se estiver no plano imaginário, se houver toque é impuro e logo não poderá ser amor, pois perderá o sentido que só era forte quando foi impossível. Podemos observar isso claramente em Dante e o poeta Petrarca, idealizavam mulheres como Deusas, mulheres com quem nunca trocaram palavras e nem toques, mas que obtinham sentimentos no campo imaginário.

Entretanto, podemos observar nessas mulheres, o maior símbolo de pureza e padrão de beleza. Sempre loiras, de olhos claros, pele alva como a neve e passivas de espera eternamente. O cristianismo tratou logo de adestrar esses conceitos, no pagão havia rituais visando o sentido de buscar os deuses pelo contato da natureza, logo o sexo era algo sagrado. Com a Ascenção da igreja Católica, o corpo tornou-se impuro, o homem eterno pegador que precisava reparar sua condição de culpa sobre a terra. O amor e o sexo misturaram-se, e ainda mais, o amor precisava vencer o sexo que era sentimento pecaminoso e terreno. O amor vinha de Deus, já o sexo era obra satânica. Alguns estudiosos apontam esse fenômeno como tentativa primaria do estado e da igreja de educar sexualmente e evitar a superpopulação. No fundo a instituição casamento tanto defendida pela tradição nada mais é que uma troca de interesses comum e antiga.


Agora, gostaria de impor a vocês, leitores, outro conceito que tem muito a vê com a relação que a igreja estabelece ao amor versus sexo. Pensemos no oposto de prazer, seria repressão? Seria desgosto? Seria a falta de vontade? Que tal pensarmos no oposto como criação, o proposito. O prazer seria aquilo que nasceu para destruir as coisas. Imagine um cozinheiro que tem o proposito de fazer um bolo, ele criou. Mas do que adiantaria o bolo somente para ser visto? Então, surge o prazer de degustá-lo em fatias ou o prazer da gula de comê-lo sozinho, logo notaremos que o prazer destruiu a criação do bolo. Assim é a livro, alguém cria, mas do que serviria o livro para está na instante para ser visto? Então o leitor lê e logo o prazer da leitura destrói todo o pensamento anterior. Pablo Picasso como um dos maiores gênios artístico disse que só conseguia vê a arte como destruidora, não existe criação sem haver destruição. Sendo que arte busca a imitação do gênesis e o fim apocalítico do amor.

Pensando assim, surgi o renascimento, era das pesquisas, da razão. Podemos notar num dos maiores poetas que canta o Amor, Luís de Camões, o conflito do amor platônico idealista com um novo amor, ao melhor, novo amores- aqueles que necessitam de experimentos carnais. Pois como provar se gosto se nunca experimentei? Como Deus criou o homem e dotou da faculdade do prazer se não queria que nós pecássemos? Sendo o homem um dos poucos seres vivos que faz sexo e tem prazer. Camões reconheceu que era homem e precisava desse amor baixo para chegar ao autoconhecimento e ao divino. Eis que entra na sociedade um grande revolucionário, Jesus que diz que ninguém herdará os céus se não amar. Mas esse amor era diferente de todos os moldes de antes, era um amor a qualquer um, amando a si mesmo como amar ao próximo. Jesus não estava propondo amar sua família, seus amiguinhos, era mais além, um amor universal na mesma proporção de amar a si mesmo até mesmo as pessoas que se dizem nossos inimigos. Se Buda ou outros seres de luz, viviam uma vida de reclusa, Jesus não, foi ao povo e serviu de exemplo maior de entrega ao mundo. Fundou-se um novo modo de preencher o ser, todos os outros amores eram menores diante do amor pela entrega. O amor como chagas de uma cruz que deveria carregar a vida inteira.

Agora vou desmontar tudo que escrevi para vocês, vou tentar explicar o pensamento de Nietzsche, para esse filosofo do século dezenove, os homens criavam outras realidade idealista e não vivam o mundo. Seja de maneira positivista, como a religiosa, o homem viva na terra visando o campo de Jerusalém, o paraíso ou Sião, sendo que precisava para chegar lá vivenciar as coisas relativas de lá. Mas como fazer isso se nunca esteve lá? E como se o homem vivenciasse o extremo do platonismo, viver aquilo que de um mundo imaginário. A ciência veio e causou um trauma novo na humanidade, agora o homem vivia na terra visando outro paraíso que é o futuro com sua tecnologia, com sua logística da razão que explicaria e preencheria seus vazios. Deus estaria morto, a ciência explicaria tudo. Ambos os modos são idealista e afasta o homem do proposito do mundo e o instante agora. Então, tudo isso fez o homem ser idealizador demais. A situação mais fofinha e bela dos contos de fadas, como se todos fossem educados a amar outro só se acontecer coisas parecidas com esse segmento. A escolha do parceiro que lembre e remete traços maternos, já que a mãe foi à figura castrada pela psicanalise. Era necessário o super-homem aquele que se bastasse sem qualquer plano imaginário e que vivencia toda potencialidade da terra, aquele pronto para qualquer adversidade do presente e capaz de assumir o risco da “Errância”-Esse homem senhor do próprio destino que não culpa mais sua vida a qualquer divindade.

É como se nunca fossemos atingir o que fomos educados, a ser melhor tendo o amor dos sonhos, a chegada do príncipe encantado dos livros. E essas situações frustraram gerações a gerações, e ainda, mais uma das maiores confusões que o homem já fez e ainda faz é a relação entre amor e sexo que ainda faz muitas pessoas sofrerem. Quando penso nisso, me vem à mente a música brilhante feita pela Rita Lee e Arnaldo Jabor, se você quer viver bem separe essas coisas. Sexo é algo racional pela escolha, amor é irracional pelo sentimento. Sexo é satisfatório, amor é doação que quase sempre é insatisfação. Percebemos o índice de confusão pela expressão “fazer amor”, sexo e amor não andam juntos. Tanto que os casais que muito se completam não oferecem bom desempenho sexual. O que vejo diariamente é um conflito social, amar ou deixar que o império sexual capital me possua? Fortemente a mídia para alcançar audiência bombardeia na TV esses assuntos apelando para bundas, cenas picantes e amores sem compromissos. Acho que o primeiro passo para um ser humano sem crises é separar essas duas coisas e descobrir em cada fase qual dos dois lados é o seu caminho. Sendo que o caminho do sexo é quase sempre solitário e egoísta, diferentemente, o amor é caminho a dois. Você não precisa de outra pessoa para saber o que é prazer e seus sabores. Outra enorme confusão, é deixar o sexo no campo da moralidade, é comum notar bem no íntimo das pessoas o achismo que pessoas que pensam em sexo são safadas ou nem possuem caráter. Como assim? Diria um comercial, sexo é vida. É onde começa o primeiro ato de criação. Aqui vejo outro problema social, separe de vez sexo de qualquer princípio religioso, viva sua religião, mas tenha certeza que você é humano e que os outros também o são. Como na escola, os professores falam de sexo de modo preventivo e de ordem biológica, ninguém é capaz de tocar nesse assunto de ordem psicológica, porque será? Vê a vida de ordem moral, muitas vezes é ser o cúmulo do platonismo. É idealizar demais, acho que ninguém é completamente mal por querer somente uma vida sexual, por mais que seja um vício, assim como a pessoa não é completamente a santa desejando encontrar o amor da sua vida. SEPARE ESSAS COISAS! Como diria o poeta Manuel Bandeira: Esquece a alma, almas não se entendem, deixe o corpo falar. Corpos sim, eles se entendem. Talvez a comunidade que mais entenda disso são os gays. Por quê? É obvio, eles aprenderam na marra a diferença principal entre sexualidade e gênero. Aqui também existe outra polêmica: seria essa classe a mais promiscua? Seria ela a divisora dos valores cristões e da família? Mais para frente pretendo chegar nessa polêmica contemporânea.

Depois disso tudo, os homens e mulheres passam por outra etapa: a escolha. Somos nós que escolhemos ou somos escolhidos? Escolhemos por aquilo que não temos ou por aquilo que tem dentro da gente? Quando me vem essa questão, lembro-me do programa da Eliana, onde tem um quadro de homens que rolam numa esteira que muito me lembra das técnicas de mercado do Fordismo. Sério, não temos mais o que disfarçar, o amor é um bom negócio à sociedade como todo e a tudo que sentimos. O que diria dos filmes de comédia romântica que fazem bilhões no cinema, o que dizer de uma saga platônica surreal entre um vampiro e uma humana? Eu tenho uma boa certeza que oitenta por cento dos casais estão juntos pelos status, por aquilo que o outro oferece de benefício. Os mais idealistas, que ainda são mais exigentes na escolha do produto, depositam sua espera no amor platônico por uma estrela de televisão. Aquele ser intocável que nem sabe que a pessoa existe. Vejo na sociedade um fenômeno que sem duvidas não é novidade e com certeza é influencia do mundo que cada vez mais é proposito de reinventar um produto, uma marca nova e os novos meios de venderem as caixas. As pessoas estão exigentes, cada vez mais insatisfeitas, sempre trocando, procurando mais funções nas outras e olhando mais o padrão. Porque namorar se posso ter vários produtos? Ou não quero mais namorar, porque fulaninho tem mais funções como celulares da Apple têm. Vender a ideia de você um dia vai encontrar o amor dos seus sonhos é a mesma coisa de você vai conseguir o corpo dos seus sonhos, só assim você será feliz! As pessoas acreditam nisso e gastam todo seu dinheiro com esse mercado. É óbvio que quem lucra com as datas comemorativas são os empresários do ramo. Quem perde é quem entra no jogo!

Com o passar do tempo, até para aqueles que não são tão consumistas, é notório o conflito. Existem pensamentos divergentes, alguns criam ciúmes como bichinho de estimação achando que é tempero, esquece-se da ordem inicial que é a entrega, e faz parte dela a confiança, pois ambas andam juntas. Como naquele exercício de teatro primordial para saber se você será um bom ator, aquele que o ator testado deve ser jogar de olhos fechados para trás na esperança que o parceiro de cena o segure pelos braços. Nem todos estão prontos para isso, vivemos num mundo ditado ao medo. A convivência muitas vezes é a perda da admiração até dos mais completos, dos mais afins, pois agora é necessário vivenciar com problemas, situações de teste e provas, agora ninguém mais vai para sua casinha de sapê, todos estão no mesmo espaço, dividindo as mesmas coisas. Agora todos sabem como é o lado escatológico, o lado acordar cedo e os desafios. Quando a perda da admiração acontece, o amor cai. Desse lado, vejo outro problema antigo: o comodismo. Noto isso pela simples frase: EU TE AMO, EU TAMBÉM. Desde muito menor sempre achei isso o ápice da falta de cinismo, como os seres humanos gostam de serem enganados? É muito mais prático uma mentira inventada do que a dura realidade. Existe um puta vazio nesse “Eu também”, um abismo enorme e uma ponte que eu chamaria de roupas lavadas e pratos feitos, filhos para criar, casa bem arrumada e o medo da solidão. A maioria tem pavor da solidão, as pessoas sempre enxergam a solidão como tristeza, pois em alguns momentos acredito que ela é essencial. As pessoas buscam as coisas porque a TV diz, porque a Disney diz, porque a mamãe diz, porque o padre diz. Mas gente, porque a solidão? Para você tentar uma vez na sua vida descobrir o que você quer. É difícil, mais é muito melhor do que a insatisfação de fazer outra pessoa sofrer por conta de seu egoísmo. Nesse momento, algumas pessoas ainda tem esperança de mudar o outro. Tá aí outro mal do “amor”.

Por que diabos, sempre queremos transformar o outro? Porque aquilo que nos incomoda é aquilo que temos? Queremos criar um modelo de alguém que seja o nosso parceiro ideal? Esquecemos que a mudança mais eficaz do mundo é aquela mudança de ordem pessoal, se eu realmente mudar, naturalmente as pessoas em volta irão notar e começaram a refletir sobre algumas questões. A maioria dos outros precisam impor, um modulo, uma teoria maçante, um modelo de mercado pronto, esquecendo que os seres humanos são plurais e não singulares. Ninguém é parecido com ninguém. As pessoas querem pessoas iguais a elas, mais o ponto mais marcante do viver é a diferença, e muito mais, saber lidar com elas. Aqui tá a maior prova que a intuição religiosa é uma enorme bagaceira, porque é justamente ela que trouxe esse lado do humano mais escrachado que é o de impor uma mudança. Uma ordem quase que necessária, o proibir. Sendo que proibir é o caminho mais fácil para fazer escondido. Quando você diz não pode, com certeza, você tá inventando uma regra para que a pessoa faça necessariamente.

Por tanto, vem à separação que não é mais a expectativa, é o resultado, a máxima da frustração. Nunca passei por isso, mas acredito que deva ser triste para qualquer nível de sentimento. Aquela razão por agua a baixo, a sensação de não ter dado certo, dos planos que acabaram. Imagina a sensação dupla de separação do casamento com filhos? Nosso o maior problema é que depositamos nosso ideal de felicidade numa vida a dois. Dentro desse escopo, sofremos sem necessidade.

Hoje existem novos fenômenos sociais, não muito diferentes dos antigos, visto que o grande eixo de conflito é o amor sublime e o amor carnal. Na atualidade, existem maior evidências nas relações homoafetiva, essas que nos fazem questionar o valor dos laços. Serão os laços sanguíneos e visíveis totalmente? O que mais impulsiona o amar? Será família aquela coisa que não escolhemos desde muitos pequenos? Dentro dessa comunidade, ainda existe mais conflitos, porque será que os gays são tão sexuais e banais? Será que são somente os gays? Ou os ditos normais são seres que conseguem camuflar essas questões tão melhor já que não entendem a diferença de gênero e sexualidade? Logo, surge um novo modo de pensar mais individual. O homem que não é mais protagonista e que pensa na carreira acima de qualquer coisa. Surge o amor mais egoísta e próprio, algo mais narcísico e sem qualquer obrigação com a vida a dois ou com o ideal antigo de casamento. Provavelmente, surgirá mais forte o movimento dos solteiros que não tem mais necessidade de levantar a bandeira da família e dos filhos, agora se esse fenômeno é fruto de um medo de não dá certo, isso não sei. Pode ser da necessidade de sobrevivência, é mais duro viver o mercado de trabalho ou a sustentação de outro ser. Talvez seja por outra questão, as pessoas são educadas no ideal dos Estados unidos de serem os melhores acima de qualquer coisa, eles estão mais preocupadas com essa questão, daí surge outra idealização platônica. O que é ser melhor? Será isso coisa generalizada ou elitismo? No fundo o homem passa por um fenômeno chamado a indiferença do pós-modernismo, as pessoas estão cagando para questões da vida e soluções para o mundo. As pessoas sempre só pensaram no seu próprio umbigo, eu vejo isso como o maior mal da humanidade. Se antes o amor era um ritual, na qual pelo código de cavalaria e nobreza se conquistava uma dama. Hoje o código é trocado pelos sinais da internet, as pessoas aprendem com os comercias a fazer campanha sobre elas mesmas nas redes sociais, um foto artificial ajeitada por algum programa, funções a mais nas informações pessoais. Se antes os sinais do amor eram demorados, hoje é muito fácil à primeira relação amorosa, o primeiro toque, a primeira troca, o visual da Web can e outras coisas. Tornando as coisas mais desgastas e transitórias. Se antes havia um esconder sensualizado, hoje tudo é mais nítido. Há os que defendam isso como bom, ou os que defendam como algo mal. A única coisa que não defendo é sentimento fingido ou coisa do gênero- Imagina você conhecer Derpina na sala de Bate-papo, ela te mostra uma foto linda capa de Play Boy e quando finalmente vocês se conhecem vê aquela coisa que não condiz com a propaganda. Nessas horas cadê o Procon?

Podemos também classificar a globalização como conflito principal, antes o sonho do homem era juntar as pontas da distância. Para a grande ironia do destino, ele conseguiu criar meios de comunicação muito eficazes como a internet, redes sociais e tecnologias eletrônicas que conseguiram deixar os humanos mais próximos em um clique, mas que causou o maior distanciamento da história. No fundo essas informações deixam os humanos mais próximos do modelo de escolha, tudo se tornou muito rápido, várias opções de consumo e de entretenimento. As pessoas só querem ocupar a mente, esquecendo-se do toque e do outro.
As pessoas estão indiferentes ao olhar, ao encontro, ao notar, ao gesto. Os amores são rápidos como a noticias do portal da web. Eu sinto o mundo mais próximo e as pessoas mais distantes das outras, frias e individuais ao que sente. E cada vez mais o amor é algo abstrato, uma mentira mal contada, melhor ainda, o amor é uma mentira contada várias vezes que se tornou uma verdade. Então com isso tudo surge um novo amor artificial como a vida de um robô, um novo modelo de pressão social. Na rede a maioria levanta questões antigas não praticadas como algo bonito, mas que no fundo a ordem do mundo não permitiria que elas vivenciassem. Os status no facebook, as datas comemorativas, a pressão familiar, o modelo dito é uma nova forma de dizer as pessoas: você é um merda por não ter ninguém ao seu lado. Muitos caem nesse conflito e pior, buscam com a velocidade da banda larga preencher isso sem pensar muito, até sendo de maneira errada para sua personalidade, causando mais dor e sofrimento.

Cheguei a um ponto a me questionar será que esse amar existe? Vou ser platônico ainda mais, o amor é coisa desse mundo? Dizem que o amor é Deus, por tanto Deus está em todos os lugares. Será o amor coisa mais simples do mundo e nós, seres humanos, é que complicamos? Será ele o brilhar do sol nas manhãs, a nova oportunidade que deita sobre os solos que nos diz todos os dias: “faça seu melhor, todo dia é dia de recomeçar”, seria a relva que corta a noite deixando a lua cheia e apaixonada e tal. Será ele a língua dos anjos que nos diz tudo suporta onde tudo é possível, será ele a inocência das crianças no seio materno sem saber de nada? Talvez eu seja muito romântico ao dizer isso, mas acredito que amor é coisa que é construída. Certa vez eu vi o amor na rua, era um velho bêbado caído no chão passando vergonha. Todo mundo olhava,mas quem ia amar essa coisa medonha? Suja, eca! Não existe um molde para isso... Lá estava uma senhora que pegou ele pelos braços e levou para casa. Porque ela fez isso? Naturalmente ninguém iria se apaixonar por aquilo daquela forma e situação, ela só fez aquilo porque eles construíram alguma coisa juntos. Por tanto, não existe amor à primeira vista, existe isso, ela pegou ele pelos braços quando ele não era digno. Talvez eu deva perguntar as crianças, elas me diriam qualquer coisa, e logo esqueceriam. O amor seria o esquecimento? Seria o amor; eu me doer a tal ponto, como Clarice se doeu por mineirinho, que aquela ultima bala cortou nosso peito como se fossemos um só? Seria o amor à dor de não ter, de vê a fome e a injustiça sem fim e do cume do monte o imperador chamado Egoísmo está a reinar eternamente? Enfim, não estou aqui para definir o que é o amor, mas uma coisa tenho certeza; à forma mais pratica de dizer que estou vivo é dizer a mim mesmo, sim, em algum lugar deve existir o amor. Sinto o amor nas simples coisas que a vida pode me oferecer sem qualquer obrigação de ser feliz. Mas com a completo obrigação de tentar,pois ser feliz é um risco eterno. O amor é esse verde, pequeno filhete verde na densa escuridão. :)